QUAL É A DIFENÇA ENTRE LER E CONTAR HISTÓRIAS?
segunda-feira, 23 de abril de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Todas as Vidas
Cora Coralina (escritora goiana)
Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!
Técnica com avental de feltro e persoangens de E.V.A.
Lenda do Rio Araguaia (Boiuna)
Atenção: A Boiuna é um ser (cobra grande) da lenda popular do povo ribeirinho do Rio Araguaia.
Livro: a Boiúna do escritor Antonio Rickert (Uruaçu-GO)
Adaptação: Vanusa Nogueira Neves (glorinha fulustrek@)
Era uma vez, outra vez e mil vezes...as noites no Rio Araguaia são encantadoras. E em noites de lua cheia, os bichos aproveitam para passear. Assim aconteceu com uma lagarta que saiu para passear pela floresta. Ela foi rastejando, rastejando...até parar na beira da praia do Rio Araguaia, de onde ficou admirando a lua.
Logo, logo, surge o sapo. O sapo estava com muita fome. Quando o sapo viu a lagarta...aproximou-se e inhoc...engoliu a pobre lagarta e ficou ali, na beira do rio admirando a lua.
De repente, surge o jacaré. O jacaré estava com muita fome. O jacaré viu o sapo...aproximou-se...e inhoc...inhoc...engoliu o pobre sapo. E ficou ali na beira do rio admirando a lua.
Mas, inesperadamente surge das profundezas do rio a fera mais tenebrosa de todas as feras, a mais temida de todas as cobras. A terrível Boiuna.
A Boiuna também estava com muita fome. Ela viu o jacaré, aproximou-se e, inhoc...inhoc...inhoc...engoliu o pobre jacaré e, foi descansar nas profundezas do grande Araguaia.
Na manhã seguinte, num lindo dia de sol, voava uma borboleta na floresta, que acabou encontrando o bravo caçador de Boiuna, o Chico, muito conhecido na região.
A borboleta voou, voou, e, se cansou. Posou no cano da espingarda do Chico para descansar.
Neste instante mágico, olho no olho, mente na mente, a borboleta descobriu um grande segredo.
Descobriu que o bravo caçador de Boiúna tinha medo de um bicho. Medo não, horror, horror não, pavor... Ele morria de medo de um bicho que vivia na floresta próxima do Rio Araguaia.
A borboleta saiu voando, voando...até a beira do rio e chamou pela cobra grande: BOIUNA!!! BOIUNA!!!... até que a tenebrosa Boiuna saiu do fundo d’água.
A borboleta contou-lhe que Chico, o bravo caçador de boiuna estava na floresta.
A Boiuna ficou tremeeeeendo de medo, começou a chorar. Chorou, chorou...chorava sem parar. Foi aí, que a borboleta contou-lhe, que havia descoberto um segredo do caçador.
A borboleta contou que ele tinha medo, medo não, horror, horror não, pavor de um bicho da mata.
O bravo caçador de Boiuna morria de medo, horror e pavor da inocente lagarta.
Na mesma hora, a cobra Boiuna teve uma grande ideia...começou a se contorcer...mexe daqui, remexe dali...e como era de se esperar, desengoliu o jacaré..SLEP; o jacaré desengoliu o sapo...SLEP;
O sapo desengoliu a lagarta...SLEP... e quando Chico viu a bichinha...
Nem preciso dizer...que o coitado do Chico saiu em disparada, perdeu sua espingarda, seu chapéu e suas botas.
Dizem que está correndo até hoje de tanto medo que tem da lagarta.
Deste dia em diante, ficou decretado, que todos os animais da floresta poderiam ficar à beira do rio, admirando a lua sem nenhum perigo, sem nenhum medo à vista.
Os animais da floresta que ficou ainda mais encantada aprenderam uma grande lição:
“Não é o tamanho ou a cara feia que espanta os caçadores, mas, que a união, o respeito e a dignidade juntos fazem a diferença.”
Atividades: dobraduras de borboletas, colagem de lagarta, sapo e desenhar floresta ou montar painel c/todos elementos da história c/ desenhos das crianças.
Falar do Rio Araguaia. Fazer dobradura de peixes...e montar um lindo painel formando um rio...
Cantar: O Sapo não lava o pé e outras de sapo;
Caranguejo não é peixe...
Se eu fosse um peixinho...
Peixe vivo...
A CENTOPÉIA FAFINHA (Yaciara Nara – livro: estorinhas da vovó- Goiânia-GO)
FAFINHA É UMA CENTOPÉIA LINDA e gosta de passear no jardim, tomar sol e respirar o ar perfumado das flores. Um dia ela passou rebolando perto das roseiras, esbarrou na minhoca Dida e pediu desculpas, mas a resposta foi a seguinte:
- Não vou desculpar nada Fafinha, porque você sempre me machuca com esse monte de pés. Você parece um trem de ferro.
- E você minhoca Dida, além de feia é mole e fica se arrastando, vai caminhar e me deixa em paz.
- Como vou caminhar, se não tenho pernas e nem pés?
Naquele momento da discussão chegou a lagarta Zia e disse:
- Quero ser uma borboleta se vocês nunca mais brigarem...
- É a centopéia, ela provoca e maltrata os bichinhos indefesos, como eu, que nem pernas tenho! Noutro dia ela passou por cima da Joaninha, coitada, ela se assustou muito.
- Sabe Dida, o seu lugar é debaixo da terra e não em nosso território.
- Mas Fafinha, eu necessito de ar puro também, e além disso, quero ver as novidades daqui de cima...
Nesse instante a centopéia Fafinha ouve um ruído e vê um enorme sapo querendo engolir a minhoca Dida. Ela empurrou a coitada para dentro de um buraco e entrou também. Passou o perigo e as duas saíram do esconderijo, mas daquele dia em diante a centopéia Fafinha ficou sendo a melhor amiga da minhoca Dida. Elas aprenderam como é importante a amizade.
Brincadeiras e brinquedos cantados
Os brinquedos cantados podem ser assim divididos: brinquedos de roda; brinquedos de grupos opostos; brinquedos de movimentos; brinquedos de palmas; brinquedos de pegar; brinquedos de esconder; brinquedos historiados; cantigas para selecionar jogadores e muito mais que você encontrar na nossa cultura popular.
Corrida de barquinhos
Material: seis barquinhos feitos de papel (dobradura) em cores diferentes. Traçam-se no chão duas linhas separadas por mais ou menos 3 metros . Uma é a de partida e outra é a de chegada. Na linha de partida, atrás de cada barquinho, posta-se uma criança. As demais aguardam em torno a sua vez. Ao sinal, cada criança põe-se a soprar o barquinho que lhe corresponde, procurando fazê-lo alcançar a linha de chegada. Quando todos tiverem completado o percurso, cada qual escolhe o seu substituto, continuando a brincadeira como antes.
Música: peixinhos do mar (domínio público)
História do pescador : bia bedran (RJ) e Marize Sarmento (AL)
CONTAR e OUVIR HISTÓRIAS encanta crianças e adultos.
Para contar melhor não esqueça destas “palavrinhas” mágicas:
1- Emoção
2- Texto
3- Adequação ao público e espaço
4- Corpo
5- Voz
6- Olhar
7- Espontaneidade e naturalidade
8- Ritmo
9- Clima
10- Memória
11- Credibilidade
12- Pausas e silêncios
13- O elemento estético
14- Acolhida
15- Evitar repetição das expressões: né, aí, então ... ( mas estas mesmas palavras poderão ser do texto oral e/ ou escrito)
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